A Secretaria de Saúde de Goiás (SES) descartou a hipótese de surto de meningite, mas especialistas alertam para a importância da vacinação e de procurar atendimento logo nos primeiros sintomas.

O Hospital Estadual de Jaraguá (HEJA) e o Hospital Estadual da Região Sudoeste (HURSO), em Santa Helena, estão preparados para receber pacientes com suspeita de meningite. No início do mês de março, a notícia de oito óbitos em Goiás causados pela doença preocupou parte da população.

Diretor técnico do HEJA, Anderson José Barbosa esclarece que a Unidade não recebeu nenhum paciente com meningite em 2019. Anderson ressalta que os médicos estão alertas para qualquer paciente com suspeita da doença e que as vacinas para prevenção de meningite são oferecidas pelo SUS – Sistema Único de Saúde.

Em Santa Helena foram confirmados três casos nos últimos 12 meses, sendo que um evoluiu para óbito. O HURSO recebeu ainda um paciente oriundo do município de Acreúna. O médico infectologista Plínio Torres Braga Netto explica que todos os casos foram prontamente atendidos conforme protocolo da instituição, com todos os exames realizados e tratamento com antibióticos e antivirais. Plínio preside o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HURSO e enfatiza que os casos atendidos na Unidade eram de extremo perigo para a vida dos pacientes.

 

Vigilância Epidemiológica

A gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, tranquiliza a população e afirma que não há nenhum surto ou epidemia de meningite em Goiás. Até o momento, foram confirmados 19 casos de meningite no estado, sendo três do tipo meningocócica. Em 2018, diz, foram notificados 223 casos, e os números de 2019 estão dentro do esperado.

A meningite é uma doença de transmissão respiratória, seja por um espirro eu pela própria fala; ou através do contato com a secreção de uma pessoa infectada. A melhor prevenção é a vacina. Ela protege contra os tipos de meningite mais graves e mais comuns. “Há quatro vacinas que combatem essa doença no calendário anual de vacinação”, informa Magna.

Outra medida é a notificação pelos profissionais de saúde de todo caso, suspeito ou confirmado, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica. “Existe um conjunto de medidas, inclusive com as pessoas próximas ao doente, que evitam novos casos”, afirma. Magna ensina ainda dicas fáceis para evitar os riscos da doença, como “lavar as mãos, evitar contato próximo a pessoas doentes e utilizar lenços de papel ao espirrar”.

Segundo ela, ao perceber os primeiros sintomas a pessoa deve procurar imediatamente uma Unidade de saúde. Quanto mais cedo for atendida, maiores as chances de recuperação. “Esta é uma doença de evolução rápida e pode levar à morte”, alerta. A meningite vem acompanhada de febre, forte dor de cabeça, náuseas, vômito, manchas vermelhas no corpo e irritação meníngea”, diz.

Apesar de não haver surto, Magna ressalta que é importante que mães e pais confiram os cartões de vacinação para que não deixem seus filhos sem a imunização. “Em caso de dúvida, leve o cartão de vacinação a uma Unidade de saúde para orientação profissional”, resume.